OESCAMBAL
segunda-feira, novembro 13, 2006
primeira hora fora do paraíso

Imagino como deve ter sido o primeiro instante fora do paraíso: Adão e Eva ali, ambos pelados, perdidos. Sem consciência do sucedido. Ele olha para ela, nua, corpo bem bronzeado, no paraíso é sempre verão, não há marquinhas de biquini, isso vai ser inventado muito depois. Seios firmes, nádegas bem delineadas e com uma relvazinha loura cobrindo toda essa extensão. Ele nem tinha reparado. Ela com um ar de alheamento, de pé, fitava o horizonte descortinando-se em tons de lilás, cruelmente belo como todos os crepúsculos. Que fariam. Suspeitava da hostilidade de outros animais e ficou com medo. "Que faremos, Adão?" Ele ainda imerso na contemplação imaginava por onde começaria a beijá-la e que gosto teria seu ventre, qual seria o gosto do pecado? Maçã? "Ahn, que que você falou?", "Deixa pra lá..." Ele não entendeu e voltou ao que estava fazendo. Uma brisa fria soprou do sul e eles sentiram um arrepio para o qual ainda não tinham nome. Acho que precisamos de abrigo. Ela olhou para o homem e percebeu que estava sem nada sobre as suas vergonhas, ela que nem viria a saber que aquilo ali era uma vergonha, e achou melhor cobrir com alguma coisa. "Precisamos de algo para nos proteger do vento.", "Bom, já que foi você quem mordeu a maçã, talvez encontre um modo de nos abrigar do frio". Deus, que tudo observava resolveu complicar as coisas e fechou o céu, súbito o céu enubla e escurece o fim da tarde tremendo a terra com algumas trovoadas. Será que vem chuva? Ela resolve caminhar sem direção ao que ele sem alternativa resolve seguir. "Para onde vai?", "Não sei, vamos ver onde minhas pernas nos levam?", ele já excitado olha para suas pernas grossas e fica imaginando como seria estar todo enrolado naquelas hastes fortes. "Eva, o que acha de pararmos um pouco?", "Não antes de acharmos um abrigo para passar a noite, e precisamos achar o que comer", sempre tomando a iniciativa, ao que ele amolece em seguida baixando a cabeça já saudoso dos tempos de bonança. Ela avista uma elevação e parte em direção à ela, "Talvez lá encontremos abrigo", "Um cobertor, uma lareira, uma garrafa de vinho e o telefone de um delivery de comida chinesa", "O que que você disse, Adão?", "Nada não", pensou que poderíam ter fósforo pelo menos. Instinto feminino quase sempre infalível: avistam uma abertura na rocha. "Adão pegue alguma coisa para nos defender caso haja alguma criatura na toca", "Fazer o quê", pegando uma lasca de madeira do chão. Entram na toca, ela dá um grito e não escuta resposta, fica preocupada enquanto Adão pensa no que terá para comer no jantar, "Eva o que vamos comer", "Vamos ter que procurar (Deus poderia ter me arrumado um Adão melhorzinho)", "E a maçã?", "Que maçã?", "Sobrou um pedaço..."

Por Luisandro Mendes, visite meu blogue

L. M. de Souza 2:12 PM



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orig.obsc.; talvez relacionado com a raiz de cambada, com alt. de sufixo para -al 'grande quantidade' e depois grafado com -u, seguindo a pronúncia do -l final, predominante no Brasil, *os cambal > *o scambal > o escambau, ou ainda da raiz de 1cambo/1camba, por processo semelhante; levantou-se ainda a possibilidade de o voc. originar-se de *os cambau > *'s cambau > *scambau > escambau, hipótese que se poderia admitir do ponto de vista da fonética sintática, mas que seria de difícil sustentação do ponto de vista semântico.pode significar ao mesmo tempo: algo que não é verdade, grande quantidade, uma coisa incrível ou a expressão "e muito mais" ... e o escambau
(...)
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CAIO RICARDO

Eu estou poemando, logo existo, ou pelo menos insisto. Essa é uma das minhas meditações, uma espécie de mantra semântico, esse é meu canto assintático. . Visite seu blogue.

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Carioca, graduado em Letras, é poeta, músico e professor. Participou como guitarrista e compositor em bandas de rock na cena underground. Escreve em colaboração a revistas, jornais e sites culturais. Editou o zine literário Falárica em edições eletrônica e panfletária, através do qual divulgou sua poesia e de outros poetas e prosadores. Mantém o blog Tediário Poetético .
, laboratório poético onde expõe suas "hipatéticas experiências eletro-estéticas". É autor de Polivocalia (e-book, ed. do autor), além de outros poemas, artigos, ensaios, crônicas e uma peça de teatro inéditos. Visite seu blogue ou site.

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Flora Hannah ou Graciele Tules, a Graci?! Você é quem sabe. Flora é a criação, Graci é a criatura, além de uma pretensiosa aspirante de professora, fotografa e poetisa. Ela nasceu em 1981, em Joinville, e passou a infância ajudando seu pai a arrumar o encanamento entupido. Hoje passa os dias a contar e assassinar moscas. Visite seu blogue

JU REPCHUK

Olho o tempo passando pela janela do meu quarto. Tenho teorias malucas. Ando lendo revistas em excesso. Ando rindo em excesso. Ando grávida. Ando professora de inglês. Ando a pé. Ando mascando o chiclete. Paranaense cosmopolitana. Otimista com as pessoas. Comigo mesma. Aprendendo o manuseio correto das palavras. Conhecendo novas bandas de rock. Apaixoanda por lecionar, por cantar, por namorar... Prefiro o PC à TV. Adepta do widescreen e linguagem original no vídeo. Aprendendo Francês. Tendo uma queda no Alemão. Ainda tenho muito que aprender do Inglês. Da vida.

LUCILA

Pinto (ops), bordo, chuleio, crocheteio e tricoteio, não dirijo e nem ando de bicicleta, tenho talento pra finanças e pro desenho, encanto mais do que canto e a única coisa que quero aprender a tocar é a alma das pessoas. Sobre artes não sei muito, menos ainda da arte de amar. Leio muito menos do que gostaria e muito mais do que as pessoas que convivo. O sol em aquário faz com que a tecnologia e o novo guiem minha vida, a queda que tenho pelo belo, pelo sofisticado e pelo erótico, libra explica. Amo os animais até mesmo aqueles que partiram meu coração. Tenho um sorriso farto e fácil, boca bonita, lágrimas escassas, um bom humor praticamente inabalável e dificuldade de chorar apesar das dores. Me apaixono todos os dias, quase sempre pela pessoa errada, amar amei pouco e fui amada por muitos, não sou uma pessoa de fácil convívio apesar da primeira impressão. Não ligo para presentes, mas sou movida a elogios. Gentilezas e educação me conquistam instantaneamente. Prefiro lambidas à mordidas, mas não me provoque... Visite seu blogue.

LUISANDRO

Catarinense de nascimento, Paranaense de coração. Professor, pô(eta!), apaixonado por Dalton Trevisan, Fernando Pessoas, Woddy Allen e é lingüista também só pra variar. Desvive em Florianópolis (infelizmente não na ilha). Só não fugiu com o circo porque a única coisa que saberia fazer é alimentar os animais. Quer publicar um livro e fazer um filho (um dia desses de chuva, quem sabe?). Visite seu blogue.
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