Li que alguns teóricos quânticos defendem a teoria da duplicidade como essência fundamental do universo. Ou seja: com o big bang, criaram-se na verdade dois universos; um que é este que se vê e o outro exatamente igual mas oposto, e para sempre invisível: o UNIVERSO SOMBRA.
Os planetas-sombra, as estrelas-sombra e as pessoas-sombra são feitos de partículas-sombra (que nunca ninguém viu, mas são comprovadas cientificamente por causa de sua força gravitacional) e ocupam o mesmo espaço-tempo quadridimensional que nós.
Muito bem. Disso deduzi várias coisas:
1 - Fantasmas devem ser quando alguém morre neste universo e não morre no outro, ficando por aí uma sombra sem dono.
2 - Vampiros devem ser quando alguém morre no outro universo e não morre neste, ficando por aí um dono sem sombra.
3 - "Nada me completa mais do que o que me falta."
4 - A alma é sempre inteira.
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Minha aflição é não poder ficar só olhando a vida, como ela é, bonita vista de fora. Um grande painel de recortes de cenas de momentos de personagens de pessoas de alma boa. (Todas as almas são boas.)
Olhando, olhando, as nuvens que viram formas que viram prédios que viram ruas que viram pombas que viram tudo (de cima as pombas têm uma visão muito boa.)
Como observadora, compreendo melhor. Como observadora, não me sinto ameaçada e então se revelam AS BELEZAS EXTRAORDINÁRIAS. Como a dor, a perda, o pratinho esmaltado da criança na creche. A solidão.
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A outra aflição que tenho é não poder exatamente o contrário. Ficar só vivendo, sem a consciência dos universos simultâneos que, ao me olhar, me dispersam.
ludelfuego 3:40 PM