(do braile: eu te amo)
Você faz tudo errado, diz coisas que eu não quero ouvir, não preciso ouvir e admira minha força. Reclama da sua má sorte, fala da solidão e que precisa de um cachorro, me conta que não tem amigos e que ainda a ama mas vai passar, pede licença, vai ao banheiro e quando volta é nítido os olhos e o nariz vermelhos, um pedaço de lenço de papel amassado na mão e no rosto a sombra de uma lágrima que passou por ali.
Sua dor, dói mais em mim...
*Marte na Casa 7
"É tudo uma questão de você aprender a perceber que toda a força que o outro tem em sua vida foi simplesmente dada por você mesmo"
*Em tempos de dor é conveniente evitar certas (ou quase todas) músicas, alguns filmes, lugares, certos cheiros, ler estritamente o necessário, evitar os melhores amigos que tem as melhores intenções e que sempre te levam para afogar as mágoas, é conveniente não beber, não usar substâncias alucinógenas e nem ouvir rádio, ir dormir cedo, mudar itinerários, pois tudo faz doer mais, tudo provoca aquela náusea que te derruba no chão de joelhos, tudo faz embaçar seus olhos, tudo descompassa o coração, feito isso é contar com o tempo, que ao contrário que dizem não cura nada, o tempo só tira o incurável do centro das atenções.
*Você é um daqueles grandes amores
que por não podermos amar
guardamos no peito
e chamamos de saudade...
*Os dias cinzas e frios como seus olhos
Arrepio no corpo
Gelo na alma
Esperança que seu sorriso a qualquer momento ilumine esses dias
e traga o calor do sol
tão escasso nos últimos tempos
*Eu tinha uma porção de coisas pra falar, coisas que geralmente não se costumam falar e também queria falar de coisas que se diz todo dia, queria falar das coisas erradas que fiz por esses tempos, queria falar do calor que não chega, da gripe infernal, do vazio que ele deixa, nas mensagens doces, doces, doces que me fazem acreditar que, queria falar que não posso mais acreditar que, queria contar da minha filha que cada dia mais me norteia, queria falar da falta que eu sinto de algumas coisas que se forem ditas causariam um certo espanto, queria falar o que penso, o que ainda não pensei, das coisas difíceis de serem ditas, queria falar de uma decisão, queria falar desse medo que tenho de penetrar naquilo que não sei se tenho coragem de viver, queria contar da sua coragem, da minha inveja, queria falar sobre os "nãos" que a vida nos enfia goela abaixo e a gente tem que digerir, queria contar do silêncio que corrói, do sorriso daquele estranho, daquela mão que cuidou de mim, queria falar sobre o que me fascina, de quem não gosto, queria contar que às vezes choro, grito com os bichos e sou horrível, queria dizer o que me atormenta e o que me liberta, queria falar o quanto penso em você, queria contar das minhas vontades mais mesquinhas, olha, eu tinha uma porção de coisas pra dizer, mas como já li em algum lugar: O que me move não pode ser dito...
*Como você escolhe os caminhos da sua vida?
Como vai em frente quando, em seu coração, você começa a entender que não existe um caminho de volta?
*Porque vejo culpa nos teus olhos, porque sei do arrependimento nos teus gestos, porque você tem o seu caminho, porque não se vive duas vidas, porque me sinto intrusa, porque não se ama duas pessoas, porque seu abraço é doce, seu beijo é doce, seu olhar é doce, porque dói todas as vezes que você vai embora, porque dói todas as vezes que você chega, porque não dá pra continuar, porque eu não quero desistir, porque às vezes ainda choro, porque é tão bonito, porque estou cansada, porque preciso me libertar, porque preciso te libertar... porque quero deixar você ir, sem volta, sem culpa, sem saudade, sem mistério, sem um último beijo...
ludelfuego 1:10 AM