OESCAMBAL
terça-feira, setembro 19, 2006
Caio Ricardo Bona Moreira

A HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONTOU
OU A VITÓRIA DE OSWALD DE ANDRADE
NAS ELEIÇÕES DE 1950
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escapulário

No Pão de Açúcar
De Cada Dia
Dai-nos Senhor
A Poesia de Cada Dia
(o. de andrade)

Parte 1

Um amigo costumava dizer que a história se parece com uma anedota. Uma piada. Depois de pensar sobre isso, adotei a premissa de que só posso entender a história se reinventá-la. Levei ao extremo a idéia desse juízo que me encheu de júbilo e frenesi.

O passado tem vida própria e segue sozinho. Por exemplo, se estou numa encruzilhada e decido seguir à direita, o caminho da esquerda não existe apenas como um trajeto não realizado. Eu sou dois. Eu me fragmento. Mesmo seguindo um caminho e não o outro fiz as duas travessias. A diferença é que a outra viagem não é tão palpável quanto aquela que trago comigo como um feito realizado debaixo do meu colchão. Sou mesmo desconfiado.

Parte 2

Depois das eleições é comum que os meios de informação noticiem a vitória de um e a derrota de outro, o que é sempre relativo. As vitórias não são essências e muitas vezes se parecem muito mais com uma grande sacanagem. O mesmo vale para as derrotas. Na história do outro caminho, não contada pela história, meu candidato venceu.

Oswald de Andrade não tardou a desafinar o coro dos contentes e passou na prova dos nove. Depois da posse, convenceu os correligionários a defenderem um projeto antropofágico. Primeiro deveriam convencer os adversários a adotarem uma medida provisória auto-fágica. Só pra ver se sumiam do mapa. Deu certo. O Brasil era agora uma tribo pós-nacionalista. Para que pregar o rompimento com o FMI se poderíamos emprestar dele todo o capital necessário? Rejeitaríamos o resto. Regurgitaríamos o excesso do nacionalismo careta e pregaríamos um meta-Brasil sem muleta.

Não tardou o sucesso da proposta. Alguns anos depois, Oswald foi eleito Pajé da tribo Tupiniquim. Todos usávamos óleo de urucum, colares e calças jeans. Haveria tecido melhor para bater todo dia? Jogamos fora o hino neo-romântico e todos cantávamos Trenzinho Caipira sob a matuta do maestro. Mário foi para o Ministério da Cultura, de onde só saía com o seu gravador para viagens ao interior em busca de materiais autênticos, ou para trocar palavras secretas com seu assessor dentro do banheiro, mas ninguém ligava. Nas escolas, os alunos aprendiam o tupi, mas também o português, o inglês e o francês. Era preciso conhecer para deglutir – não dá pra comer o que a gente não conhece. Ninguém nunca ouviu falar em “mensalão”.

Quando consegui estabelecer uma comunicação com a outra realidade e contei o que era o Brasil desse lado, ninguém acreditou. Apontaram-me arcos e flechas: Só existia um Brasil, o deles. Minha “estória” soou como uma piada. No final, riram e prepararam um caldo com o estrangeiro. Meu “eu” daquele lado tentou me defender. Virou farofa.


caio ricardo bona moreira 8:18 AM



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orig.obsc.; talvez relacionado com a raiz de cambada, com alt. de sufixo para -al 'grande quantidade' e depois grafado com -u, seguindo a pronúncia do -l final, predominante no Brasil, *os cambal > *o scambal > o escambau, ou ainda da raiz de 1cambo/1camba, por processo semelhante; levantou-se ainda a possibilidade de o voc. originar-se de *os cambau > *'s cambau > *scambau > escambau, hipótese que se poderia admitir do ponto de vista da fonética sintática, mas que seria de difícil sustentação do ponto de vista semântico.pode significar ao mesmo tempo: algo que não é verdade, grande quantidade, uma coisa incrível ou a expressão "e muito mais" ... e o escambau
(...)
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Eu estou poemando, logo existo, ou pelo menos insisto. Essa é uma das minhas meditações, uma espécie de mantra semântico, esse é meu canto assintático. . Visite seu blogue.

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Carioca, graduado em Letras, é poeta, músico e professor. Participou como guitarrista e compositor em bandas de rock na cena underground. Escreve em colaboração a revistas, jornais e sites culturais. Editou o zine literário Falárica em edições eletrônica e panfletária, através do qual divulgou sua poesia e de outros poetas e prosadores. Mantém o blog Tediário Poetético .
, laboratório poético onde expõe suas "hipatéticas experiências eletro-estéticas". É autor de Polivocalia (e-book, ed. do autor), além de outros poemas, artigos, ensaios, crônicas e uma peça de teatro inéditos. Visite seu blogue ou site.

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Flora Hannah ou Graciele Tules, a Graci?! Você é quem sabe. Flora é a criação, Graci é a criatura, além de uma pretensiosa aspirante de professora, fotografa e poetisa. Ela nasceu em 1981, em Joinville, e passou a infância ajudando seu pai a arrumar o encanamento entupido. Hoje passa os dias a contar e assassinar moscas. Visite seu blogue

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Olho o tempo passando pela janela do meu quarto. Tenho teorias malucas. Ando lendo revistas em excesso. Ando rindo em excesso. Ando grávida. Ando professora de inglês. Ando a pé. Ando mascando o chiclete. Paranaense cosmopolitana. Otimista com as pessoas. Comigo mesma. Aprendendo o manuseio correto das palavras. Conhecendo novas bandas de rock. Apaixoanda por lecionar, por cantar, por namorar... Prefiro o PC à TV. Adepta do widescreen e linguagem original no vídeo. Aprendendo Francês. Tendo uma queda no Alemão. Ainda tenho muito que aprender do Inglês. Da vida.

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Pinto (ops), bordo, chuleio, crocheteio e tricoteio, não dirijo e nem ando de bicicleta, tenho talento pra finanças e pro desenho, encanto mais do que canto e a única coisa que quero aprender a tocar é a alma das pessoas. Sobre artes não sei muito, menos ainda da arte de amar. Leio muito menos do que gostaria e muito mais do que as pessoas que convivo. O sol em aquário faz com que a tecnologia e o novo guiem minha vida, a queda que tenho pelo belo, pelo sofisticado e pelo erótico, libra explica. Amo os animais até mesmo aqueles que partiram meu coração. Tenho um sorriso farto e fácil, boca bonita, lágrimas escassas, um bom humor praticamente inabalável e dificuldade de chorar apesar das dores. Me apaixono todos os dias, quase sempre pela pessoa errada, amar amei pouco e fui amada por muitos, não sou uma pessoa de fácil convívio apesar da primeira impressão. Não ligo para presentes, mas sou movida a elogios. Gentilezas e educação me conquistam instantaneamente. Prefiro lambidas à mordidas, mas não me provoque... Visite seu blogue.

LUISANDRO

Catarinense de nascimento, Paranaense de coração. Professor, pô(eta!), apaixonado por Dalton Trevisan, Fernando Pessoas, Woddy Allen e é lingüista também só pra variar. Desvive em Florianópolis (infelizmente não na ilha). Só não fugiu com o circo porque a única coisa que saberia fazer é alimentar os animais. Quer publicar um livro e fazer um filho (um dia desses de chuva, quem sabe?). Visite seu blogue.
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