OESCAMBAL
segunda-feira, setembro 04, 2006
once upon a time...

19.12.2005
(ou fragmentos de um diário que não é escrito diariamente ou notas para um romance auto-ficional-biográfico ou de porque não levar um comercial de cerveja a sério)

Tenho um medo intenso da loucura. A ilusão me persegue por todos os cantos. Não acho que seja apenas essa coisa de sonhar ou pensar mirabolices. Talvez seja mais. Portas que rangem, sustos, gritos, disparos, ônibus caindo em penhasco ou ponte, sempre um carro a fechar o meu. A morte não me assusta. O que procede é o desvelo, a revolta que me assoma. Faz-me isso, ilusão, mitologia, fabulismos. Maia, como se a realidade fosse outra coisa que não aquela que meus olhos vêem. Há sempre um desastre, alguém que corre em minha direção e me dá uma paulada, um tiro na cabeça e tudo se acaba. E nem tenho tempo de dizer que não tenho dinheiro. Não tenho sequer paz.

Hoje li outro Kafka, O Veredicto. Bela história. Mas pouco entendi. Não gosto de livros com notas de editor. Não dá pra não ler os comentários. Isso não me faz pensar. Chego somente às leituras dos caras e não alcanço outras. É uma droga isso. Lendo as fábulas do Herman Hesse (fabulierbuch), sem comentários, a coisa é outra. Ele escreve espantosamente bem. Um domínio absurdo da prosa, do enredo, personagens redondos, claro que cada um com seus dilemas e problemas. Só achei que há muito "deus" nas histórias, muita oração, resignação. Como se o pecado original assombrasse a todos e precisamos purgar isso de algum modo. Para mim isso foi lá com Adão, Eva e a maçã. Hoje, meus problemas são outros, mais terrenos. Deus sabe o que penso Dele, Cristo e tals. As histórias de aventura são fantásticas, prendem o leitor, envolventes.

Voltando a Deus, não preciso convencer ninguém do que penso sobre religião. Faz-me bem pensar diferente. Detesto esses idiotas que querem catequizar o mundo. São uns párias, uns fracassados. Falam tanto na palavra, mas caridade, respeito e trabalho são palavras que não conhecem. Grandes vendedores, isso sim. Não entendo como certos cristianismos conseguem conciliar o deus do antigo, tirano, déspota, com o deus do novo testamento, benevolente, que interfere menos.

Claro que quero ser um gênio também. Escrever alguma coisa que valha a pena ser lida. besteira todos escrevem. Se de cada cem frases minhas, duas forem plausíveis, o mundo está a salvo de menos lixo literário. E o mundo está poluído de lixo literário. Qualquer frase floreada com uma metáfora inusitada é literatura ou filosofia de trocadilho. Entender que diabos é essa coisa de civilização, contemporaneidade, modernidade, é tarefa para louco. Óbvio que toda arte deve ser uma espécie de espelho do seu tempo. Que aponte o que fomos.

Provavelmente eu teria contribuído mais para a humanidade de tivesse me tornado frei, monge, ou algo parecido, me enclausurado em algum monastério. A merda é que eu quero falar dessas coisas. E ser cético é uma das consequências da ação do pensamento, da ação científica e da literatura. Esta precisa duvidar que estejamos de fato vivos, que exista consciência e que a moral seja apenas uma coisa de bons costumes.

Um louco a menos, um gênio a menos ou a mais. Quem ganha quem perde com isso?

Luisandro escreve aqui nas segundas sempre algo de sexta.
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L. M. de Souza 2:08 PM



Literatura, lixeratura, Música, Cinema, Teatro e outros bordéis.

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orig.obsc.; talvez relacionado com a raiz de cambada, com alt. de sufixo para -al 'grande quantidade' e depois grafado com -u, seguindo a pronúncia do -l final, predominante no Brasil, *os cambal > *o scambal > o escambau, ou ainda da raiz de 1cambo/1camba, por processo semelhante; levantou-se ainda a possibilidade de o voc. originar-se de *os cambau > *'s cambau > *scambau > escambau, hipótese que se poderia admitir do ponto de vista da fonética sintática, mas que seria de difícil sustentação do ponto de vista semântico.pode significar ao mesmo tempo: algo que não é verdade, grande quantidade, uma coisa incrível ou a expressão "e muito mais" ... e o escambau
(...)
ADRIANA SCARPIN

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CAIO RICARDO

Eu estou poemando, logo existo, ou pelo menos insisto. Essa é uma das minhas meditações, uma espécie de mantra semântico, esse é meu canto assintático. . Visite seu blogue.

FÁBIO CEZAR

Carioca, graduado em Letras, é poeta, músico e professor. Participou como guitarrista e compositor em bandas de rock na cena underground. Escreve em colaboração a revistas, jornais e sites culturais. Editou o zine literário Falárica em edições eletrônica e panfletária, através do qual divulgou sua poesia e de outros poetas e prosadores. Mantém o blog Tediário Poetético .
, laboratório poético onde expõe suas "hipatéticas experiências eletro-estéticas". É autor de Polivocalia (e-book, ed. do autor), além de outros poemas, artigos, ensaios, crônicas e uma peça de teatro inéditos. Visite seu blogue ou site.

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Flora Hannah ou Graciele Tules, a Graci?! Você é quem sabe. Flora é a criação, Graci é a criatura, além de uma pretensiosa aspirante de professora, fotografa e poetisa. Ela nasceu em 1981, em Joinville, e passou a infância ajudando seu pai a arrumar o encanamento entupido. Hoje passa os dias a contar e assassinar moscas. Visite seu blogue

JU REPCHUK

Olho o tempo passando pela janela do meu quarto. Tenho teorias malucas. Ando lendo revistas em excesso. Ando rindo em excesso. Ando grávida. Ando professora de inglês. Ando a pé. Ando mascando o chiclete. Paranaense cosmopolitana. Otimista com as pessoas. Comigo mesma. Aprendendo o manuseio correto das palavras. Conhecendo novas bandas de rock. Apaixoanda por lecionar, por cantar, por namorar... Prefiro o PC à TV. Adepta do widescreen e linguagem original no vídeo. Aprendendo Francês. Tendo uma queda no Alemão. Ainda tenho muito que aprender do Inglês. Da vida.

LUCILA

Pinto (ops), bordo, chuleio, crocheteio e tricoteio, não dirijo e nem ando de bicicleta, tenho talento pra finanças e pro desenho, encanto mais do que canto e a única coisa que quero aprender a tocar é a alma das pessoas. Sobre artes não sei muito, menos ainda da arte de amar. Leio muito menos do que gostaria e muito mais do que as pessoas que convivo. O sol em aquário faz com que a tecnologia e o novo guiem minha vida, a queda que tenho pelo belo, pelo sofisticado e pelo erótico, libra explica. Amo os animais até mesmo aqueles que partiram meu coração. Tenho um sorriso farto e fácil, boca bonita, lágrimas escassas, um bom humor praticamente inabalável e dificuldade de chorar apesar das dores. Me apaixono todos os dias, quase sempre pela pessoa errada, amar amei pouco e fui amada por muitos, não sou uma pessoa de fácil convívio apesar da primeira impressão. Não ligo para presentes, mas sou movida a elogios. Gentilezas e educação me conquistam instantaneamente. Prefiro lambidas à mordidas, mas não me provoque... Visite seu blogue.

LUISANDRO

Catarinense de nascimento, Paranaense de coração. Professor, pô(eta!), apaixonado por Dalton Trevisan, Fernando Pessoas, Woddy Allen e é lingüista também só pra variar. Desvive em Florianópolis (infelizmente não na ilha). Só não fugiu com o circo porque a única coisa que saberia fazer é alimentar os animais. Quer publicar um livro e fazer um filho (um dia desses de chuva, quem sabe?). Visite seu blogue.
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