OESCAMBAL
domingo, agosto 27, 2006
PPP (pierpaolopasolista)

Vi um filme que ainda não havia passado por nenhum dos meus sentidos, do meu amado cineasta e literato Pier Paolo Pasolini (vira e mexe tenho que voltar para os meus italianos ou a coisa não anda): Gaviões e Passarinhos / Uccellacci e Uccellini, um de seus filmes mais acessíveis (aqui não há nenhum clérigo pervertido ou gente comendo cocô), podendo ser chamado até de popular, além de ser uma comédia incontestável, já que há a presença do astro Totó como protagonista somado a um desenlace que não deixa de ser um deleite para os céticos sociais de plantão.
Totó era aquele cômico genial que só ao olhar para sua face você riria, aliás, os italianos em geral nos passam essa alegria, mesmo no drama eles não deixam a sua comicidade contagiante de lado. Totó talvez seja o maior deles, embora aristocrata (se não me engano conde), foi o mais popular dos astros italianos durante décadas, ganhando a simpatia do povo interpretando muitas vezes homens simples como eles.
O filme já começa com créditos iniciais deliciosos em forma de canção (a trilha sonora é de Morricone – O Grande) e tudo gira em torno de dois simples trabalhadores (pai e filho) que seguem viagem junto a um corvo falante e marxista, cansados do blábláblá do corvo que não serve para muita coisa na prática, eles o comem.Não deixa de ser um ótimo exemplo para vocês-sabem-quem fazerem com aqueles outros que vocês sabem também, não? De lavar a alma.
Pasolini, Pasolini, como te amo! Não bastasse ser um dos melhores cineastas do cinema italiano, também foi um dos mais importantes escritores do século na Itália. O irônico é que ele mesmo era considerado um intelectual de esquerda, era sim um comunista, mas em toda sua paradoxalidade era um comunista católico, seguidor do revolucionário Jesus, de quem não sou menos fã.
Só que Pasolini sofria de um triste mal, aquele do intelectual egocêntrico que luta contra a hipocrisia em favor dos marginalizados até conseguir o que quer, quando finalmente conseguia reclamava que tinha virado moda (uma coisa meio Kerouac, não?). Foi exatamente isso que aconteceu com sua conhecida exaltação ao falo, quando a eretomania virou pop e ele finalmente conseguiu acabar com essa hipocrisia em determinados círculos, não gostou e achou de imenso mau gosto (!?!). Talvez se ainda vivesse (ano passado fez 30 anos que foi assassinado pelo governo italiano, mas oficialmente foi um dos seus garotinhos que o fez), ficaria feliz pelo fato de seu Saló até hoje chocar os incautos e ser considerado por muitos o filme mais desconfortável da história. Não por mim, pois a sua boa e velha escatologia cheia de perversões me divertem deveras com sua política cáustica.
Um Pasolini na nossa atual fase política não seria nada mal, hein?

Mais sobre Pasolini, Sade e Saló em meu antigo blog: Micrurus Corallinus

Nota: Alguma coisa me diz que Fellini tinha certas restrições ao cinema de Pasolini. Nunca li nada a respeito, eles até já trabalharam juntos e talvez por isso mesmo sou encanada daquele ajudante na roteirização do filme de Guido Anselmi em 8 ½ seja uma bela alfinetada em Pasolini, que exerceu em Noites de Cabíria a mesma função. Fellini execrava cinema político cheio de frufrus intelectuais, em 8 ½ ele fez Guido ficar tão de saco cheio do blábláblá sem fim do tal roteirista que imagina-o sendo enforcado na sala de audição. Mesmo gostando de todo tipo de discurso cinematográfico, é uma das melhores cenas de 8 ½ (um dos meus 5 filmes preferidos). Ave Fellini e Pasolini!

Anônimo 11:37 AM



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orig.obsc.; talvez relacionado com a raiz de cambada, com alt. de sufixo para -al 'grande quantidade' e depois grafado com -u, seguindo a pronúncia do -l final, predominante no Brasil, *os cambal > *o scambal > o escambau, ou ainda da raiz de 1cambo/1camba, por processo semelhante; levantou-se ainda a possibilidade de o voc. originar-se de *os cambau > *'s cambau > *scambau > escambau, hipótese que se poderia admitir do ponto de vista da fonética sintática, mas que seria de difícil sustentação do ponto de vista semântico.pode significar ao mesmo tempo: algo que não é verdade, grande quantidade, uma coisa incrível ou a expressão "e muito mais" ... e o escambau
(...)
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